quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deixa pra depois

Procrastinação (ou work simulation, como preferir) é um negócio muito legal e simpático que subverte a velha lição de vida: deixar sempre pra amanhã o que você pode (e, normalmente, deveria) fazer hoje.

Estatísticas comprovam que 14 em cada 10 trabalhadores fazem ou já fizeram uso de técnicas de procrastinação. Falando assim parece algo muito complexo, mas na verdade é só ficar o dia inteiro no MSN ou dando F5 no site do Planeta Bizarro e pronto!, você é um de nós. Digo, deles.

Há, claro, os profissionais, gente que não só está enrolando como quer parecer que está trabalhando. As táticas são diversas, desde abrir o email da empresa no fundo e manter a janela do Lancenet bem reduzida abaixo até desenvolver toda uma linguagem codificada pra conversar com os amigos no telefone fingindo estar falando com um cliente. Perceba o trabalho que dá só pra evitar o trabalho.

O problema da procrastinação é, talvez, geracional: gente da minha idade não consegue ficar olhando pra uma tela de computador e fazer uma coisa só. E uma vez que você dá um ctrl + tab pra ver o que tá rolando no Twitter, fudeu: enrolar é tão mais legal que trabalhar que aquilo vai te prender por horas. E quando você voltar ao que estava fazendo antes já será tarde demais.

Há uma corrente de pensamento que diz que não existe nada menos interessante que o trabalho. Não sei se concordo, mas é difícil ir contra quando se vê o número de pessoas que assistiram 2 girls 1 cup no escritório. Como é que algo pode ser tão chato que alguém prefira ver duas mulheres comendo merda?

Tem gente, inclusive, que já está tão habituada ao WS que não consegue mais fazer nenhuma tarefa sem antes postergá-la nem que seja por cinco minutos. Veja eu, por exemplo: esse texto foi escrito ontem à tarde, digitado à noite e publicado só hoje. E eu estou de férias!

Procrastinar é outra coisa que você, jovem trabalhador, deve aprender. Essas coisas não estão nos valores da empresa, nas aulas da faculdade ou nos livros do Max Gehringer, mas fique tranquilo que estou aqui para ajudá-lo.

Daqui a pouco.

Um comentário:

Ricardo Siqueira disse...

Sou profissional da procrastinação. E já notei que há toda uma indústria de softwares pra gente como a gente. Messengers que simulam blocos de notas. APIs de twitter com skins q parecem planilhas do excel ou linhas de comando DOS. Programas com "tecla patrão"(atalho que minimiza tudo comprometedor para um icone na bandeja) e muito mais.
Qdo formatam meu pc, levo mais tempo preparando ele para a procrastinação que para o trabalho.