quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ao toilete

Mercado de trabalho é quase tudo sobre aparência. Vestir-se bem, portar-se bem, falar bem, todos atributos de bons profissionais. Mas não é possível manter intacta essa bonequinha de cera porque, rá!, a natureza ainda é prioridade.

E é na hora que ela chama e a pessoa precisa fazer uma visita ao banheiro que a gente descobre quem é quem. Já vi gente que acha que é chefe passar vinte minutos lá e sair toda descabelada, já vi gente que é chefe de verdade matar ratos lá dentro (só isso explica o cheiro).

Infelizmente, isso é coisa que afeta todo mundo. O sol nasce pra todos, a privada também. Porém, de algum modo que a ciência não explica, o vaso do trabalho costuma ser mais traiçoeiro que o normal. A descarga, em primeiro lugar, nunca é potente o bastante: a água vai, mas não leva todo mundo. O assento também é esquisito - pode reparar, a privada é o único objeto da casa que molda a sua anatomia, e sob essa ótica, complicado esperar que sua bunda se adapte tranquilamente a qualquer uma. Tem também um probleminha chato que rola com os homens: você chega, mija, e quando vê, tem um pentelho na borda. Aí você não sabe se ele é seu ou de alguém que usou antes, então fica com medo de por a mão, e no fim do dia a privada tá parecendo uma peruca.

Fora o seu próprio desconforto ao não conseguir controlar essas coisas - tipo estourar o deadline porque te deu uma vontade louca de cagar a 10 minutos de entregar a parada -, tem também o lance da sua imagem perante os colegas. O banheiro te deixa vulnerável, não importa quem você é e que cargo ocupa na empresa. Em geral dá pra fazer tudo com um certa discrição, mas às vezes uma mijadinha no chão, um cheirão horroroso ou uma esquecida de lavar a mão pode acabar com uma reputação - talvez até uma carreira!

Aparentemente, nesse assunto as histórias são mais conhecidas que os autores - tente puxar esse papo com o pessoal da sua empresa e vai ouvir centenas de casos, mas poucos nomes. Isso é bom, muito bom. Mas, mesmo sendo um problema com baixa taxa de mortalidade, ainda é importante manter a guarda levantada e os olhos abertos. A vida corporativa não é uma "bosta" por acaso.

3 comentários:

Suzana disse...

Eu conto causos e cito nomes. Já destruí uma reputação, inclusive.

Erica disse...

rsrsrsrs.. e quando o RH coloca no banheiro feminino próximo a eles "Meninas, não façam o número 2 neste banheiro, atenciosamente, RH" com uma foto de um bob esponja sentado na privada com um prendedor no nariz #comofas?

Thiago Padula disse...

Muda de empresa. Imagina o trabalho como um microcosmo, um pequeno mundo: você gostaria de habitar um mundo em que não pudesse nem cagar? Pois então.

E olha, se eu visse uma foto do Bob Esponja nessa situação eu quebraria tudo. Ninguém mexe com meu ídolo e fica de boa, NINGUÉM!