Não tratamento no sentido de tratar bem ou tratar mal (fica pra outro post, esse promete), mas no modo como as pessoas se chamam. Há desde o modo mais formal possível - começar chamando o outro sempre de "senhor", em claro sinal de respeito pela pessoa e desrespeito pela evolução dos tempos - até o mais miguxo de todos - a abreviação. Em algum lugar no meio desse caminho tem outro campeão de vendas, o sobrenome.
Vamos começar por ele: pessoas com nomes comuns ou sobrenomes esquisitos (ou os dois, como é meu caso) costumam ser chamadas pelo sobrenome. Isso é algo comum na escola, por exemplo, que nada mais é que uma versão mais amaciada do mercado de trabalho - comparando, imaginem Tom & Jerry como o trabalho e Tom & Jerry Kids como a escola. Que bosta de comparação -, mas é justamente quando o livro de chamada é trocado pelo livro de ponto que o critério começa a espanar: qualquer um pode ser chamado pelo sobrenome. "Seu nome é Aubiérgio Oliveira, ahn? Vamos chamá-lo de Oliveira".
Tem também a abreviação, ou diminutivo, ou apenas encurtamento do nome. É aqui que aparecem Carol, Pathy, Vivi, Dani, Van, Má, Lu, Dó, Ré, Mi. Nada de errado até aqui (alguns desses até acabam virando o nome oficial da pessoa, veja a dificuldade em encontrar alguém sendo tratada por "Daniela"), o encacetamento é quando usam esse recurso "carinhoso" como aproximação. Essa é uma tática muito usada por algumas pessoas no início do seu relacionamento profissional numa empresa ou com um cliente (procure o filho da mãe nesse post), chegando de mansinho e se fingindo de amigão do peito, chamando até Ana de "A". Gente que força é o que mais tem nesse mundo empresarial. Mas quando duas pessoas convivem bastante tempo juntas, a ponto até de cultivar algo que fora das paredes corporativas poderia ser chamado de amizade, é natural que esse tipo de tratamento seja usado.
Agora, o tratamento superformal, de senhor, doutor (exceto no caso de ele ser um doutor mesmo, desses com estetoscópio enrolado no pescoço), mestre ou algo que o valha antes do nome da pessoa (não no meio de uma frase, substituindo o "você") é coisa de puxa-saco, e nós não queremos perder tempo com essas pessoas.
Há também os apelidos, que, apesar de acontecerem em contingente menor no
3 comentários:
Por isso que os portugueses te chamam de "Ó Pá".
Lembrei-me da música: "A Augusta com os seus hábitos caros" ... "Angélica com seus apartamentos espaçosos" ... "E entre a Angélica e a Augusta / fica a Consolação".
Quem é a figura? O Itamar Assumpção?
Abraços!
O figura da música? É o Tom Zé =)
Eu já fui Pad e Ula, Pá é mais raro.
Você continua escrevendo em alguma outra plataforma? Linkedin? Gosto muito dos seus textos! Vc poderia lançar um livro de crônicas.
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